Descobri que Era Ibérica*

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Desde pequena que não compreendo a vontade de criar uma unidade linguística, cultural e ideológica que dá forma e conteúdo a uma suposta identidade española mas aos 18 anos quando pedi a nacionalidade española, durante a entrevista com o cônsul tomei consciência de que não alentar por essa unidade poderia parecer na melhor das situações uma excentricidade e na pior e mais comum das situações suspeita de terrorismo.

– Porque que querer ter a nacionalidade española?
– Por dois motivos: porque é a nacionalidade da minha mãe e da minha língua materna (no sentido total da expressão), e por isso parte da minha história.  E porque me agrada a ideia de ter a nacionalidade de um território tão plurilíngue. Gostava de aprender mais sobre as outras línguas e culturas.
Franziu os olhos.
– Não és terrorista, pois não?
Encolhi os ombros.
– Não.


Eu apenas tinha (e continuo a ter) curiosidade por conhecer outras formas de ser e estar no mundo e sobre os idiomas como veículos de comunicação primária, assim aos 18 anos, tornei-me luso-española, apesar do que eu queria realmente era ser, era ibérica, como o lince ibérico ou o urso pardo.

Nasci poucos depois (em 1981) daquela España que tentou abolir a diferença e a diversidade, e quando digo pouco depois é mesmo pouco depois: a realidade plurilingue do estado espanhol teve continuação e reafirmação no estatuto de autonomia basco (1979), no estatuto de autonomia galego (1980) e no estatuto de autonomia catalão (1979) nos quais se declara respectivamente que o basco, o galego e o catalão são línguas próprias das suas respectivas autonomias e se indica em simultâneo a co-oficialidade com o español ou castellano.

Sempre me fascinou esta pluralidade linguística que nos leva a um dos exercícios mais interessantes da civilidade: a aceitação da diversidade linguística, ou seja cultural, e o reconhecimento da alteridade.

Esta minha crescente curiosidade por conhecer os discursos que se expressam nas diversas línguas levou-me a explorar os universos literários de escritoras que criam as suas narrativas nestes idiomas e são estes universos que quero partilhar convosco no Curso de conversação de Español (Castellano).

Assim partindo de uma língua que foi usada para unificar linguística, cultural e ideológica e tornar tudo mais aborrecido vamos explorar outros domínios linguísticos, literários e culturais da península e das ilhas tornando tudo mais divertido.


Informação sobre o Curso de conversação de Español (Castellano)

Foto de Confraria Vermelha Livraria de Mulheres.

Para quem é este curso?
Para pessoas curiosas que querem expressar-se em castellano, adquirir mais vocabulário e fluidez, melhorar a pronúncia e entoação e praticar as estruturas necessárias para se desenvolver no dia a dia. Seja para usar no trabalho ou para conversar com os amigos. Assim como conhecer mais sobre as culturas da península ibérica. Outros cursos VER AQUI

A literatura será a ferramenta utilizada para explorar o idioma e colocar em pratica o aprendido. Com atividades de leitura, compreensão oral, vídeos, curtas-metragens ou temas de debate, para que as/os participantes possam expressar as suas ideias utilizando o español como ferramenta de comunicação.

Também vamos explorar o sistema literário do estado espanhol, percorrendo a diversidade linguística e literária desconstruindo um sistema monolíngue.

Datas curso de verão de conversação de español
de 2 a 30 de Julho | 19h | 2h por semana, segundas-feiras.

Grupos de 3 pessoas mínimo/ máximo 6

INSCRIÇÕES
Período promocional de inscrição 
de 18 a 24 de Junho
28€

Período de inscrição simples de 25 a 30 de Junho
Normal: 40€
Sócias de vida: 30€

inscrições e + info: livrariaconfraria@gmail.com
Outros cursos VER AQUI

Sobre a Formadora
Aida Suárez G. Caldas, Diploma Superior da DELE – Nível C2 (Superior) -Instituto Cervantes, Madrid – España, e Certificado de Aptidão de Formador (CAP). Ao longo do percurso profissional leccionou Cursos de Espanhol no Instituto Unicenter/Joviform – Consultoria Empresarial, Lda e no Instituto Ibérico de Línguas.

nota

*o título deste texto é um piscar de olho ao livro
Descobri que Era Europeia de Natália Correia
VER LIVRO

 

Na livraria Online da Confraria também podes encontrar uma estante dedicada a esta pluralidade linguística e literária para deixares livre a tua curiosidade.

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